Foto de Lachlan Dempsey na Unsplash
Fazendo uma pesquisa inicial no google a respeito da opinião das pessoas em relação ao ChatGPT, já vimos que, levando em consideração os 11 links que constam na primeira página, 2 se mostram a favor, 3 se mostram contra e 6 abordam a notícia de forma mais neutra e conceitual.
O fato é que essa tecnologia chegou pra ficar, independente de nossa opinião e todas as implicações sociais e políticas de seu uso. Muitos também se opunham ao uso da calculadora, mas ela continuou existindo, certo? Como ficará a questão de direitos autorais, privacidade, segurança entre tantos outros pontos, será algo que precisaremos acompanhar. Mas as tarefas que o ChatGPT é capaz de executar são das mais variadas, desde criação de conteúdos, resumos, avaliações, até no campo jurídico e seu uso tem arrancado suspiros.
Quando algo tecnológico tão disruptivo surge, a questão continua sendo, para alguns de resistência. Tentar competir com a inteligência artificial é uma batalha perdida. Para nós é uma questão adaptativa, de aprendizado e reinvenção. Como trabalhar em conjunto com o ChatGPT e extrair o melhor, de forma a continuarmos evoluindo?
O Chat GPT foi criado por seres humanos.
Compartilhando a percepção da Jeannette Lee-Parikh, pesquisadora e professora de inglês sobre o ensino da escrita e a ameaça do ChatGPT em relação a criação de conteúdo “o valor de ensinar a escrever não é sobre uma perspectiva baseada na competência de apenas comunicar e transmitir informações de forma eficaz. O valor mais profundo tem a ver com a maneira como isso nos desacelera em um mundo de pensamento rápido para que seja possível refletir lenta e profundamente.
Veja outro questionamento que achamos pertinente do Jared Colley nessa publicação: Existe um futuro para a perícia humana em uma era de máquinas oniscientes? E se sim, como devemos repensar a experiência humana para que ela permaneça válida, valiosa e relevante?
Embora ninguém (nem mesmo o ChatGPT) tenha as respostas definitivas para essas perguntas, há pelo menos três maneiras pelas quais a experiência humana pode evoluir na era dessas máquinas. Cada uma delas destaca a necessidade de aproveitar algumas dimensões do conhecimento ou experiência humana, são elas:
- Saber quais perguntas fazer: É simples – quando as respostas para todas as perguntas estão disponíveis abertamente e acessíveis a todos, o que importa é a capacidade de fazer as perguntas certas. Ou seja, no futuro, os humanos inteligentes se diferenciarão dos outros não pelo que sabem, mas pelo que desejam saber. Muito antes de o ChatGPT ser concebido, os cientistas argumentavam que a experiência e até a criatividade não dependiam tanto de responder, mas de fazer as perguntas certas. Isso é exacerbado na era da IA. Desta forma, continuamos a ver uma tendência em que o que você sabe é menos significativo do que o que você está ansioso para aprender, o que significa que a retenção de fatos e informações é muito menos prática do que a capacidade de identificar suas lacunas de conhecimento e se sentir desconfortável o suficiente sobre eles para reduzi-los. Na era da IA, ter uma mente faminta importa mais do que a experiência e o conhecimento.
- Saber mais do que o chatGPT, pelo menos em um domínio ou assunto restrito: isso equivale a ter mais experiência do que a “sabedoria das multidões” combinada, ou ser capaz de detectar erros no conhecimento “crowdsourced” dele. De certa forma, isso não é diferente de identificar erros na Wikipedia ou na pesquisa do Google, os quais são significativamente “mais sábios” do que qualquer humano quando se trata de amplitude, ao mesmo tempo em que são mais “ignorantes” quando se trata de profundidade em um determinado assunto.
- Saber como transformar insights em ações. Com tantas ferramentas de IA aprimorando nossa capacidade de acessar conhecimento, é a capacidade de transformar esse conhecimento em ações – indo da teoria à prática – que representará especialistas humanos.
A reflexão final que ele nos deixa é: quanto mais terceirizamos o pensamento, incluindo a aquisição de conhecimento, para as máquinas, menos incentivados somos a pensar. Assim, enquanto os tecno-entusiastas argumentaram que, quando a tecnologia cuida das tarefas humanas, ela “liberta” seres humanos para buscar outros empreendimentos mais criativos e intelectuais, isso fica menos claro quando o que automatizamos é o nosso pensamento.
Na última década, vimos os recursos da IA avançarem significativamente, enquanto os humanos ficaram felizes com smartphones e viciados em mídia social gastando a maior parte do tempo inadvertidamente treinando a IA sobre como prever suas escolhas, desejos, e pensamentos. Talvez não seja tanto pelas capacidades impressionantes da IA, mas sim por nosso padrão de comportamento previsível que a IA foi capaz de pensar e agir como nós.
Conhece-te a ti mesmo
O que nos diferencia é a capacidade que temos de encontrar a nossa voz, articular ideias, refletir e trazer originalidade para o que criamos em função das experiências e relacionamentos que vivenciamos.
Para fechar, em relação ao ChatGPT, hoje (nossa opinião pode mudar), apostamos em um trabalho conjunto. Do mesmo modo que um time diverso consegue melhores resultados no design, na concepção de novos produtos, soluções, serviços, etc. acreditamos que o trabalho conjunto com o ChatGPT poderá trazer benefícios sobre os quais ainda desconhecemos.
Mas afinal, o que é o ChatGPT?
Nada mais justo do que aproveitar a oportunidade e perguntar ao próprio:
“ChatGPT é um modelo de linguagem treinado pela OpenAI. É projetado para responder a perguntas e gerar texto em base ao contexto dado, sendo capaz de realizar tarefas como tradução, resumo, conversação e geração de texto.”
Segundo a OpenAI, responsável pelo seu lançamento: “Treinamos um modelo (ChatGPT) que interage de forma conversacional. O formato de diálogo permite que ele responda a perguntas de acompanhamento, admita seus erros, conteste premissas incorretas e rejeite solicitações inadequadas.”
Para experimentar, basta acessar o site oficial (https://openai.com/blog/chatgpt/) e logar com uma conta do Google ou Microsoft para começar a utilizar.
Referências bibliográficas:
https://rootededu.com/the-death-of-the-author-again-chat-gpt-writing-the-promising-opportunities/