Começamos a perceber indícios sobre a ascensão do Slow Content, um movimento embrionário que busca um ambiente online mais saudável.
Já há vários canais que dão preferência à qualidade sobre a quantidade e trabalham com conteúdos de valor extremo, mas sem a obrigatoriedade de postar sempre.
A web é maravilhosa, repleta de possibilidades de inspiração, cooperação e criatividade e ela pode tornar o mundo um lugar melhor. Mas seu potencial de prosperar está sob ameaça da tecnocracia e do algoritmo, de visões míopes, da ideia de que existe apenas para permitir que as pessoas concluam tarefas, da economia de atenção e do equívoco de que qualquer coisa com valor é, em última análise, uma transação de um tipo ou de outro.
Compartilhamos com você 10 pilares defendidos pelo slowcontent.org com algumas reflexões para começarmos o ano:
1. Qualidade ao invés de quantidade:
Mais não é melhor. Algo nem sempre é preferível a nada. Sites em todos os lugares estão se afogando em um mar de conteúdo descartável que não favorece ninguém.
2. Profundidade:
Apesar das possibilidades do formato longo, o conteúdo online costuma ser uma corrida para a frase de efeito e a venda rápida. O conteúdo lento recompensa mergulhos profundos.
3. Criatividade acima da moda:
A web deveria ser um playground para a criatividade e novas perspectivas. Mas vemos uma cultura fast que predomina frente à criatividade.
4. A palavra certa ao invés da palavra mais simples:
O conteúdo lento denuncia a ofuscação. Admira a capacidade de explicar a complexidade sem recorrer ao excesso de palavras. Mas também ama a riqueza da linguagem e se posiciona contra o empobrecimento que a simplificação pode trazer. O conteúdo lentro valoriza a nuance, precisão e poesia.
5. Enriquecimento sobre transações:
Na cabeça de algumas pessoas, todo conteúdo na internet é instrucional, promocional ou transacional. O conteúdo lento mostra que a web também é um lar natural para a arte, para o belo e o surpreendente, para conteúdos que podem fazer você rir e chorar.
6. Finalidade acima do lucro:
O conteúdo lento muda a mente das pessoas e seus hábitos de maneiras vitais que o conteúdo rápido não consegue. O planeta e as pessoas que nele vivem precisam de organizações com propósito que produzam conteúdo com propósito.
7. Conciso sobre curto:
Nada deve ser mais longo do que o necessário, mas isso não significa que tudo precise ser curto. Os mitos de que ninguém lê online e que ninguém tem um tempo de atenção superior a 30 segundos são perniciosos. O conteúdo lento leva o tempo que for necessário.
8. Cidadã(o) sobre consumidora (o):
O conteúdo rápido é adequado para um mundo de consumo: de coisas e de informações. O conteúdo lento respeita as pessoas como cidadãos e não como sujeitos ou consumidores. Ele permite e capacita, construindo alianças de longo prazo em vez de vendas de curto prazo. Ele valoriza as conexões sobre as transações.
9. Contemplação sobre a aceleração:
Há um lugar para a velocidade. Há também um lugar para desacelerar e absorver. O conteúdo lento valoriza a consideração sobre o clique.
10. Tradição sobre convenção:
A Web tem muito a aprender com séculos de tradições e com a sabedoria de autores e com a sabedoria de autores e artistas, editores e impressores. Este respeito pelo passado não significa ser constrangido por ele. O conteúdo lento é inventivo e inovador, tirando o melhor do mundo impresso e transformando-o com o empolgante potencial do digital.
E aí, o que achou? Deixe aqui sua opinião!
Que juntos possamos refletir e, através de pequenas ações, pavimentar o caminho para o mundo que queremos 😉
Referência bibliográfica: https://slowcontent.fr/